Okupa Aldeia Maraká’ànà!

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Ocupação é hoje e também é amanhã, OKUPA, RESISTE, ALDEIA MARACANÃ!

Nota via Aldeia Resiste

Aldeia Rexiste Contra Golpe d’Estado d’Exceção de Cabral e Dilma! E convida todas à luta por um ano novo, em defesa dos direitos das minorias indígenas e da cidadania…

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       Maynymi Uirá ia participar do ritual de renascimento indígena do solstício de verão (do natal) na companhia de diversos amiguinhos: Zé, Duda, Junior, Ashaninkinha, Leandro, etc, mas foi despejada com seus parentes pelo ChoquePM, posta pra fora de seu espaço de convivência comunitária, só teve 10 minutos pra acordar assustada, se arrumar e sair… É tão alegre, que não se deixou abater e anima a aventura da nova oKupa… ReOKupamos, desde o dia 24 de dezembro, parte do território requerido pela Aldeia Maraká’ànà e convidamos todas a estarem conosco na luta por um ano novo, de respeito aos direitos das minorias indígenas, pelo direito ao natal, ao renascimento em sua própria cultura, das crianças indígenas, de respeito aos direitos civis, políticos, sociais, de reconhecimento dos direitos da natureza, pelo reterritorialização do manejo indígena da Aldeia Maraká’ànà!

     Sofremos diversas violências físicas (socos, ponta-pés, etc), tortura: com privação de contato familiar e alimentar, mas resistimos! Nossos pertences, entre os quais um gerador, um projetor, ferramentas, remédios, documentos, roupas, objetos de memória afetiva, foram destruídos, os livros da biblioteca da aldeia vieram abaixo, tudo foi revirado, algumas coisas sumiram… As pessoas que tentaram entrar e encontrar seus pertences, mal conseguiram, se sentiram humilhadas e revoltadas… Como nas imagens que circulam nas redes… Ocupamos em protesto devido à recusa do Comando da PM/Governo/Estado em reconhecer a reintegração do manejo indígena da Aldeia Maracanã, em revogar a remoção arbitrária da Aldeia e sua ocupação e controle militarizado pela tropa de choque da PM, e em proteger o direito à proteção penal, em casos de racismo e violência institucionalizados e de garantir a tutela dos direitos das minorias indígenas, requeremos, na ação direta, o reconhecimento do manejo da área como reserva indígena… Foi UM GOLPE DE ESTADO DE EXCEÇÃO, não só contra a Aldeia, mas contra o “estado de direito”, sua utopia e sua farsa, contra o estado republicano, um ato de governo, executivo, que prescinde de decisão da Justiça, foi executado sem ordem judicial e com extrema violência, pela segunda vez este ano contra a Aldeia, nos dias 12 de janeiro e 16 de dezembro último. 6h: Comandante – Acorda todo mundo agora, vocês tem 10 minutos para sair… Foi difícil explicar às crianças, todas ficamos atordoadas, alguns saem com a proteção das crianças, outras resistem à ordem do governador. Estas são arrastados: – não podem nos arrastar daqui sem um mandado, tem crianças, idosos, grávidas, com necessidades especiais… De MANEJO INDÌGENA à manús militaris… Além da destruição dos pertences, a ocupação militar cessou as atividades religiosas, culturais, educativas e comunitárias que aí aconteciam e estavam previstas como o renascimento indígena, e virada de ano… Maynymi não terá mais um natal na Aldeia, como seria, batendo maraká, peixada, vários amiguinhos, o zé, a duda, o junior, ashaninkinha, e geral… Mas ela está bem, parece que sente se reconfortada com a coragem e a luta de sua família e da comunidade da resistência da Aldeia e alegrou a (re)ocupação… O novo Comando-em-Chefe do território da Aldeia é do Choque-PM (manus militaris), em nome do governo e do Consórcio Maracanã (Odebrechet e cia.), com o auxílio luxuoso da Força Nacional da Dilma, sob este “manejo” registramos casos graves de racismo institucionalizado e de violência contra mulher por PMs: violência física e assédio sexual, além do total desrespeito com este solo sagrado… Entre outras tantas violências praticadas, relatadas nos boletins de ocorrência de cerca de 24 detidos, nesta data, por desobediência e/ou resistência a ordem, que ordem? Socos, ponta-pés, alguns foram arrastados, empurrados do alto da laje, de forma truculenta, por oficiais sem identificação, agressivos, opressores…

      Pela Retomada do Manejo Indígena! Reocupamos parte do território da Aldeia e ali estamos acampados. Recebemos nossas pessoas queridas guerreiras, e animamos nas rodas de maraká nossa existência na luta, agradecemos a todas as delícias e a solidariedade… Mas, vos convidamos todas à construção político-cultural e espiritual desta ocupação como ação direta pela retomada do manejo indígena. Os que puderem, tragam tintas, papel, colorjet, escudos, tecidos para a confecção de faixas, lona, barracas, venha acampar conosco pela volta do manejo indígena da Aldeia Maracanã!

Manejo Indígena X Manus militaris, fascistas, capitalistas!

Manejo Indígena X Manus colonialis, ‘civilizatória’, racista, machista, individualista, de Cabral à Cabral, 513-14 anos de Genocídio etnocida indígena… Hoje, revolução é hoje, ôoôhoje, todas à Aldeia, Rexiste! O Estado já preparava este golpe há meses, em conluio com parte da Justiça estadual e federal, denunciados pela comunidade da Aldeia à Corregedoria, o que justamente colocou a decisão de imissão na posse do Estado em suspensão (sem efeito). A articulação envolveu o governo federal, especificamente do Ministério dos Esportes (PCdoB-Fifa-COI e patrocinadores), patrocinador dos ‘Jogos Indígenas’ e algumas representações indígenas, entre eles Marcos Terena, gestor e fundador de uma ONG, com projetos com o governo federal, filiado ao PT, sua condição de liderança é questionada e recusada por mais de uma dezena de aldeias do povo Terena, além de ser acusado de compactuar com a Dep. Kátia Abreu, líder da bancada ruralista. Marcos foi um dos principais articuladores do processo de legitimação (fabricação da farsa do consenso) do projeto Cabral-Rattes para legitimar a expulsão e a apropriação privada deste pelo Consórcio liderado pela Odebrechet, através de invasão e controle militarizado de exceção! Alguns mais velhos foram trazidos para a farsa sem saber em específico do que acontecia, outros representam partidos políticos governistas e não o movimento indígena. Mesmo o grande Raoni denunciou a invasão militar da Aldeia ao mundo inteiro, em diversas línguas… Foi a nossa resistência quem expôs a FARSA! E por isto tem gente no governo, pretendentes as eleições que têm raiva da nós, e nos colocam sob ameaça. Todo o ritual dramático foi orquestrado por uma pessoa infiltrada na resistência, que se retirou da mesa de negociações acusando desrespeito do governo-Adriana Rattes, mas que agora voltou satisfeito ao banquete, nos vidros espelhados do novo-velho mundo, como foi na traição de determinados grupos que fizeram acordo e lutaram ao lado do colonizador contra seus parentes, contra a resistência nativa dos povos Tupis contra a colonização… Então, temos o que comemorar nesta virada de ano! Estamos na luta, é preciso continuarmos atentos, o cenário é complexo, e fortes…!

Foto: Mônica Lima

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