Como o título indica, trata-se da autobiografia de Cláudio Lavazza, um anarquista italiano, participante activo nos chamados «anos do chumbo» em Itália. Enquanto membro dos grupos Proletários Armados pelo Comunismo (P.A.C) e Comunistas Organizados pela Libertação Proletária (C.O.L.P) teve que se exilar em 1982 devido à repressão.
Em 1996, é detido na aldeia de Bujalance, na cafetaria Sete Portas, após uma fuga falhada, na sequência da expropriação da sede do Banco Santander de Córdoba, em que mata dois polícias em defesa da vida dos seus companheiros e da sua. Actualmente, encontra-se sequestrado pelo Estado Espanhol. Tem passado estes anos nos corredores ilegais de isolamento do FIES, acrónimo de «Fichero Interno de Especial Seguimento», este sistema carcerário, possivelmente mantido secreto até 1967, validando as suas origens ditatoriais e alimentando o disfarce democrático do Estado Espanhol, ocultando cruel e ilegalmente detidos políticos. Este sistema penitenciário carece de dispositivos de controlo assegurando os direitos e a dignidade do ser humano. Na escuridão aterrorizadora deste dispositivo estatal, Claudio Lavazza tem participado em protestos pelos quais tem sido ainda mais criminalizado.
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