[Galiza] Anacos de Espelho – Revista de Interrorismo

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Recibemos via e-mail esta revista de 60 páginas feita na Galiza e em galego e impressa nesta primavera de 2015, da que na sua introduçom dim que “celebramos a reproduçom parcial ou total, especialmente por médios nom reprográficos”. Nós aceitamos o convite e damos-lhe pulo na nossa secçom “Outras Publicacións Amigas” para facilitar a sua leitura na rede e/ou descárrega.

Além ao final da introduçom inclue “um par de questons formais”:

-este compilado era originalmente só a primeira parte da publicaçom. A segunda e a terceira andamos já a rematá-las e possivelmente se titulem “A CIVILIZAÇOM AO LOMBO” e “ENSAIANDO A CICATRIZAÇOM DO EGO”, também compilados de artigos. Se nom as atopas podes pedi-las no mail (praxe@riseup.net).

-os títulos dos artigos som na sua maioria nossos.

Quase todos os anacos aquí transcritos som excertos de livros. Os quais, por suposto, nom lim enteiros.

-as notas de cada artigo estám ao fim do mesmo

De volta, puntos de partida. Palavras que querem deixar de sê-lo.

Acá vos colamos o índice:

[INTRODUÇOM]
A DEVASTACIÓN -⁠ C. Rodrigáñez
ANTES DO PATRIARCADO… -⁠ F. Martín-⁠Cano
A PRE-⁠HISTÓRIA -⁠ DESFAZENDO TÓPICOS -⁠ N. Platon
A GRANDE NAI E O SENHOR DOS ANIMAIS -⁠ G. Piquero
O UROBOROS -⁠ E. Neumann
XAMANISMO E “ENFERMIDADE MENTAL” -⁠ M. Eliade
EXPERIÊNCIA TRANSCENDENTAL -⁠ R. Laing
A PERVIVÊNCIA DO ARCAICO -⁠ G. Piquero
A CANOPEA HUMANA -⁠ A. A. Schützenberger
PERCEÇOM, FÍSICA QUÂNTICA E REALIDADE -⁠ E. Corbera
RESSONÂNCIA DE CAMPOS MÓRFICOS -⁠ R. Sheldrake

E colamos este texto que nos remitirom junto á revista:

“As estratégias de resistência podem voltar-se estratégias de autoridade: o caos recriará umha ierarquia nas relaçons sociais a menos que luitemos contra nós mesmxs à vez que luitamos contra o mundo, algo de nós mesmxs que se formou como parte deste mundo: crecimos dentro dos límites morais e políticos que este mundo fixou, dentro das ataduras político-morais nas que os seres se crian…”

A (auto)destruiçom é criaçom.

[Texto aparecido durante a revolta de Dezembro de 2008
em Grécia, assinado por ´Moças em revolta´]

Tratamos de escapar das gaiolas internas. As ataduras ancoram-se bem fondo, condicionando a nossa perceçom da realidade por enteiro, e logo, a nossa conduta. Pero estamos convencidas de que nom somos, estamos. A nossa é umha procura de ferramentas para remexer nessas eivas incorporadas. Queremos agora apuntalar algumhas intuiçons que andam a boiar polo aire, sempre coa mirada posta em sementar encontros futuros.

Buscamos fendas desde onde abrir o questionamento a umha mesma e às próprias certeças, feito que achamos necessário para possibilitar a vida compartilhada e a subversom. Materiais diversos que apontam ao mesmo fim, pero passando por temas que podem semelhar distantes, como a cosmovisom indígena, o antecedente pré-patriarcal, a espiritualidade, a mágia, a criança, a antipsiquiatria, o psicanálise, a contracultura, a biologia, a física quântica, filosofia oriental…

E por último colamos a Introduçom:
Dibujo2 Desde mim-nós… para mim-nós

Entom, de volta um esforço esquizoide e sistematizado por refletir o que nos passa pola cabeça aqui e agora, por airear algumhas obsessons. Para poder aprofundar nessas águas. Para atopar-nos nessas praias.

Partilhar algumhas ferramentas que creio úteis para tentar achegar-nos a aquilo de “subverter a vida cotiá”. Para devir crise curativa, para promover a cicatrizaçom do Ego, para prender a subversom por todos os meios.

O empenho é o mesmo, o contido por trás das palavras muda um pouco do anterior (passa o tempo, a espiral nunca passa polo mesmo lugar). E toma umha outra forma.

A maior parte desta apariçom (que nom “número”) som artigos ensaísticos. Desta volta quigem meter-nos no terreio da razom. Ainda que seguimos gostando de apelar a outras facetas da mente.
Nom acredito numha verdade única, pero vejo à razom como umha intuiçom mais, certamente sobredesenvolvida no mundo atual, a costa doutras que ficam esquecidas. O que quero plantejar é a exploraçom da realidade consensual por algumhas das suas fissuras. Com atençom a nom confundir o mapa co território. Utilizar a causalidade (a razom, o discurso) tam só como umha ferramenta mais, neste caso mais coa intençom de arroja-la contra a realidade que de descreve-la…

Furar nela, derrubar os seus valados para ser quem de aproveitar as correntes, aínda sem conhecer de que som essas correntes nem o seu trajeto…

Andamos tratando de visualizar um punto anterior à intervençom que rematou por desposuir aos seres humanos de sim mesmxs e do seu médio. Na procura do antecedente histórico do sistema de domínio (já nom pre-capitalista, senom pre-civilizatório… sim, também pre-celta). E sobretodo da forma de consciência dos seus habitantes. Para isto, andamos rastreando também as fírgoas que se abrem na experiência da normalidade, no Sistema de crenças que guia os nossos atos, refinado e apuntalado por centenas de geraçons de patriarcado biocida.

O que me pregunto agora: som possíveis as fugas, as retro-alimentaçons desde o pensamento discursivo cara à emoçom? (porque deve ser isso no que me metim agora…)

Com todas as reservas, creio que sim, polo menos como começo, como portas… Se calhar nom tem tanta importância a razom (a exatitude do discurso, da descriçom…), como a consciência, aquilo no que focamos a nossa atençom. Porque o que queremos é conseguir respeitar algo que nom comprendemos (nem cremos que podamos comprender). Algo co que queremos voltar a vogar.

De volta, puntos de partida. Palavras que querem deixar de sê-lo.

[Galiza] Anacos de Espelho – Revista de Interrorismo