Novo blogue « O gajeiro na gávea »

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O gajeiro na gávea

Gajeiro s. m. Marinheiro que tinha ao seu cuidado um mastro e era o encarregado de subir à gávea para vigiar

Gávea s. f. Náut. Espécie de plataforma situada a certa altura do mastro de um navio.Desde o alto do mastro pretenderei alviscar as mentiras e enganos da farsa democrática na que a sociedade está imersa.

Ésta é a carta de presentación dun novo blogue do que vía correo nos invitan a publicar a súa primeira entrada, unha interesante reflexión acerca do acontecido estes últimos días.

Aquí a dirección web:  https://ogajeironagavea.wordpress.com/

De títeres e monicreques

Quando pequeno lembro gratamente as atuaçons no parque dos monecos de Maese Villarejo, Gorgorito e Rosalinda, quem junto á Bruja Ciriaca e o Ogro Dienteslargos e outras personagens faziam-nos rir, ás vezes chorar e sobretudo berrar para avissar ás personagens boas das múltiples argalhadas e trapaçarias das más; quem aos nossos berros tiravam da estaca para arrear-lhes do lindo ás más e rematar dia sim dia tamém, fazéndoas voar polos aires.

Tudo um ensaio da violência nos derroteiros do franquismo para educar ás crianças nos valores do nacional catolicismo. Os bos, avissados polas crianças acusonas, sempre venciam ás más e para e-lo usavam dumha violência desmedida numha apoteose final de aplausos ao ver ás personagens sair voando para rematar mortas e bem mortas sobre o cenário.

Nom lembro que á minha idade cativa me causara trauma algum; á contra, os títeres se passaram a formar parte dos nossos jogos desde o dia em que chegaram numha caixa algumhas imitaçons plásticas dessas fantásticas monecas. Se bem, nas nossas representaçons o resultado da tragicomédia era totalmente diferente aos contos que representavam a família do maese Villarejo; e assim a bruja, o lobo, ou o ogro saiam por muitas vezes vencedoras nas liortas e eram Gorgorito e Rosalinda quem saiam a voar polos aires. O politicamente incorreto das nossas atuaçons nom atendia a nada em especial senom mais bem á marca da casa e nom crio que tampopuco isso causara nenhum trauma a nenhumha das miúdas que assistiram a e-las.

Tampouco crio que as crianças que vivemos nossas infâncias e adolescências baixo domínio de “el yugo y las flechas” sairamos tam impregnadas do pingue do nacionalcatolicismo como para nom ter aprendido a diferência entre o mundo real e os mundos de ficçom.

Agora, case 50 anos depois, quando supostamente vivemos em democrácia, dois titiriteiros venhem de ser encarcerados por apologia do terrorismo por representar umha obra de ficçom na que as personagens más som um juiz, que se auto-aforca,  um cacique, que é eliminado, e um polícia que pretende culpabilizar á personagem boa, umha bruja, com umha montagem na que quere faze-la passar por terrorista.

O pior de-lo nom é que as representantes atuais do nacionalcatolicismo lançaram seus berros ao ceu para criminalizar aos titiriteiros e pedir que caiam cabeças; o pior é contrastar que aquelas que vam de progres e que iam mudar as coisas, forom as primeiras em tirar umha sua nota na que dim estar tomando medidas legais e que se  sumam á denúncia contra a companhia teatral dado que (sic) “los artistas contratados han realizado acciones ofensivas, completamente fuera de lugar en cualquier contexto y totalmente irrespetuosos con los valores de convivencia, respeto y diversidad” .

Quanto menos durante o franquismo havia quem nom lhes seguia o jogo aos fascistas, agora já vam da sua mão e compórtam-se como seus autênticos monicreques.